Um par de meias tricotadas conta-se entre os mais antigos vestígios de peças de malha e ainda hoje o desafio de tricotar uma meia desperta a curiosidade e a determinação de todos os entusiastas do tricot.
Uma meia é realmente uma pequena peça de engenharia do tricot e numa máquina com dois leitos podem-se tricotar em circular, tal como se faz no tricot manual, produzindo um cano de malha sem costuras. O processo não é particularmente complicado, mas é um pouco laborioso e a utilização dos dois leitos em simultâneo impede a introdução de pontos de fantasia, embora estes não estejam fora de questão se as meias forem tricotadas em plano, apenas com o leito superior da máquina.
A produção de meias tricotadas foi um dos tipos de peças de vestuário mais procurados desde o início da industrialização do setor têxtil (que se confunde com os primórdios da industrialização, tout court!), uma vez que era um acessório que dificilmente poderia ser produzido em tecido ou em pele animal sem perder a adaptabilidade ao corpo humano que a malha oferece. A necessidade aguça o engenho e uma das primeiras máquinas de tricotar a conhecer uma versão doméstica foi uma máquina circular para tricotar meias. Por volta de 1878, a firma inglesa Jaeger tinha mesmo uma instrutora para formar senhoras que quisessem usar estas máquinas circulares (Miss Warren Harrison, de sua graça), mas só em 1924 é que uma japonesa chamada Masako Hagiwara inventou a primeira máquina de tricotar doméstica. Um belo pedaço de informação pescado na obra Machine and Hand Knitting Pattern Design da autoria de Kathleen Kinder’s (B. T. Batsford Ltd., London, 1990).

Miss Warren Harrison foi uma das primeiras formadoras em máquinas circulares de tricotar meia e trabalhava para a empresa da sua família. Por volta de finais do século XIX, a ideia de uma mulher trabalhar em casa com uma máquina já começava a ser aceite com alguma naturalidade.
(Machine and Hand Knitting Pattern Design, Kathleen Kinder, página 13)
A pair of knitted socks is among the oldest testimonies of knitted garments and even today the challenge of knitting a sock arouses the curiosity and determination of all knitting enthusiasts.
A sock really is a small piece of knitting engineering and in a knitting machine with two beds you can knit it in the round, just as you would do in hand knitting, producing a seamless knitted tube.
The process is not particularly complicated, but it is a little laborious and the use of the two beds simultaneously prevents the introduction of fantasy stitches, although these can be used if the socks are knitted flat, only with knitting machine’s top bed. From the start of the Industrial Revolution knitted socks were one of the most sought after type of garments, most likely because it was an accessory that could hardly be produced in fabric or animal skin without losing the adaptability to the human body that the knitted fabric offers.
Where there is a will there is a way and one of the first knitting machines to know a domestic version was a circular machine for knitting socks. Around 1878, the English firm Jaeger even had an instructor to train ladies who wanted to use these circular machines (Miss Warren Harrison, so she was called), but it was only in 1924 that a Japanese woman named Masako Hagiwara invented the first domestic knitting machine (a bit of valuable knowledge picked up on Kathleen Kinder’s Machine and Hand Knitting Pattern Design, B. T. Batsford Ltd., London, 1990).